Retrospectiva Ros de 2006
O ano começou como nunca, e acabou como sempre.
Ok, adaptações de frases sobre futebol equatorianas à parte, a verdade é que não dá pra dizer que acabou como sempre. Todos os anos foram diferentes, mesmo que tenham balanço de positivos e negativos parecidos.
Por outro lado, posso realmente dizer que começou como nunca. O último ano que havia começado tão bem havia sido 2000 (naquele momento eu não sabia ainda o que me esperava na FAU), e talvez 2006 tenha começado até um pouco melhor que 2000. Ao menos parecia. Em poucas semanas vi que não seria bem assim. Pioras graduais, a caminho de uma tempestade.
Nesse meio o tempo, de piora gradual mas tempestade ainda não concretizada, teve a viagem para o Chile, e um dos pontos altos do ano. Ao menos o ponto com maior altitude. O dia da subida do El Parvo foi realmente divertido.
Apesar de já ter começado a subida com uma forte dor na perna direita (decorrente da minha insistência em não gastar dinheiro com o metrô em Santiago), e de ter tido que sair da rota para beber neve (esqueci de levar água), fiz a subida em pouco mais da metade do tempo que me haviam previsto. E, apesar de quase ter ficado em definitivo por lá, foi uma experiência da qual não abriria mão de passar se tivesse escolha. Primeiro porque gostei (talvez justamente do risco), segundo porque pude perceber que não importa o quão merda as coisas estejam, a vontade de chegar em casa inteiro é sempre maior.
Mas a viagem para o Chile ocorreu na época errada. Sempre usei as viagens como uma fuga dos problemas, um “reset” na cabeça. Quanto mais ermo, distante e desabitado for destino melhor (A viagem para a Escócia é um exemplo. Resolvi, em um momento de tempestade, seguir para o lugar mais distante e desabitado possível. Como o Alaska se mostrou muito caro acabei indo para a Escócia. E funcionou bem.). No caso do Chile eu viajei com uma tempestade no horizonte, que me pegou na volta.
Veio o Carnaval, meu aniversário e as coisas começaram a dar errado por completo (Esse momento de ruptura entre as coisas estarem andando razoavelmente bem e começarem a andar mal coincide com a mudança do ano chinês, para o maldito ano do cachorro. Eu não acredito em horóscopo, mas eu também não acredito em coincidências.).
A tempestade do carnaval virou uma avalanche de 2 ou 3 meses. A vontade de fugir para um lugar desabitado e distante apareceu com tanta força quanto teve às vésperas da ida para a Escócia. Mas agora vez eu não tinha mais essa possibilidade. E, não só as coisas davam errado como se interferiam negativamente. O resultado disso foi uma certa necessidade de sumiço e um retorno à velha forma de geladeira nos tratamentos interpessoais (que viria a me causar outros problemas no fim do ano).
Seguiram meses amenos, em que de certa forma me senti um avstruz com a cabeça enfiada na terra, com o mundo andando para todos e ficando parado para mim. Na prática não ficaram tão paradas assim. Encerramento das matérias da FAU, começo de TFG e estágio. E ainda que o TFG não tenha andado e o estágio esteja em um momento perigosamente sem trabalho, isso é bem melhor do que o que eu tinha exatamente um ano antes.
E quando tudo parecia caminhar para uma normalidade (boa), Novembro veio como um chute no saco. Um putz chute eu diria, fazendo trocadilho infeliz. Fez com que esse ano tivesse dois dos piores momentos da minha vida (isso sem considerar que os piores momentos antigos ou se anularam não muito tempo depois de ocorrerem, ou ocorreram a tanto tempo que já foram digeridos).
Não que tenha acontecido algo muito relevante. Mas a forma como lidei me perturbou. E não parece que exista alguma possibilidade de se anular antes de ser digerido.
E os momentos ruins se manifestam tanto no blog quanto no orkut. Tanto a limpeza e conseqüente decisão de encerramento da conta do orkut (ainda pendente), quanto as alterações de nome do blog e posts mais frios e assépticos do que nos primeiros meses de blog (que de certa forma era a idéia original do blog. Um post como o de hoje foge bastante da premissa).
E não sei dizer como o ano termina. Mas não sei se importa. Na prática o que acontecerá a partir de amanhã é uma mera continuidade do que aconteceu até hoje, podendo ser tomados como pontos de quebra e início diversos momentos.
FELIZ 2007.