quarta-feira, abril 26, 2006

E eu reclamo da minha gasolina (Queria ser deputado, pra ir de carro até Ushuaia na faixa!)...

Saiu ontem nos jornais que alguns deputados teriam recebido até R$180.000 de indenização por gastos com combustível ano passado, e nesse ano já havia um deputado de Roraima (RR) com um total de R$60000 recebido nos primeiros 3 meses do ano (deu a desculpa de que era pra visitar as bases)...

...Aí eu fui fazer umas continhas (considerando sempre o pior cenário possível):

R$60000 equivale a mais ou menos 18000 litros de gasolina premium comprada em postos caros (presumindo que em presumindo apenas abastecimentos em Roraima e considerando que todos os postos de gasolina em RR sejam caros)...

...18000 litros equivalem a 80000km em um carro muito gastão sob circunstâncias ruins (uma Cherokee em estradas tortuosas de terra, por exemplo)...
...Para facilitar as contas, vamos considerar 81000km, o que, em 90 dias, dá cerca de 900km ao dia....
...900km ao dia. Em Roraima.. Se fosse em São Paulo eu poderia dizer que o cidadão passou pelo menos 8h40 dentro do carro por dia... Mas em Roraima... Bom, deve dar, por baixo (considerando que que as estradas sejam menos piores do que eu imagino e contradizendo uma hipótese anterior) umas 15hs ao dia em média dentro do carro. 15 hs! Contando feriados e fim de semana!
Ou seja, o cidadão em questão deve ter parado só para dormir (as refeições ele deve ter feito no carro!), e não pisou no Congresso.
Agora uma dúvida... será que é tão difícil assim ver que esses números são absurdos e tem gente metendo a mão? Eu precisei de uns 2min pra fazer a conta, e mais uns 20min pra escrever aqui. Então, porque demorou tanto para isso aparecer? E eu não me refiro nem a fiscalização do congresso, porque essa não conta, mas por que a TV e os jornais demoraram tanto para denunciar?

segunda-feira, abril 10, 2006

Já disse antes, mas torno a dizer:
Odeio a formatação desse blog. Depois de quase uma hora brigando pra acertar o post anterior esse foi o melhor possível. Não vou mexer mais. Por que também não adianta!

Sobre o Fim de Semana II

Sexta à Tarde.

Incrível como a percepção de alguns lugares se altera com determinados acontecimentos. Uma esquina, uma porta de uma loja, chuva caindo, e um significado totalmente diferente. Tenho curiosidade em saber se algum dia voltarei a ver algum desses lugares alterados em minha perspectiva com a mesma insignificância que eu via antes.
Acho que sim, sei lá... Mas a referência que eu tenho para achar que sim também não é boa.



“Porra Capeta, Mas Isso é uma Padaria!” (Sexta à noite)


Dois amigos de média data, que normalmente não se vêem tanto assim, mas quando se vêem conversam bastante, em uma carro:

-...Ela mudou de cadeira uma vez, mas tudo bem, beleza, vamo lá... Aí mudou de cadeira de novo?! Ah não, péra lá! Aí eu peguei o telefone e te liguei, “Ros me tira daqui”. Não dá... É aqui?????

-É, acho que é aqui...

Carro entra num estacionamento, chave fica com o manobrista, os dois saem e começam a andar na direção da entrada...

-Porra, mas eu achei que fosse um Pub! Tá com cara de padaria!

-Eu sabia que não era um pub, mas o Pita tinha dito que à noite virava um bar...

Os dois entram, e pegam comandas, daquelas de plástico duras, parecidas com as do Graal...

-Mas isso é uma padaria!
-É, ta com cara de Graal...

-Ah não, eu vim parar num Graal! (com um sorriso debochado e gesticulando muito)

Acham outros dois amigos sentados a uma mesa, e se juntam a eles.

-Porra Capêtaaa! Você me trouxe num Graal! Isso é uma Pa-da-ri-a!
-Ah Doce, pára de reclamar! Eu avisei que o lugar...

-É uma padaria Capêtaaaa! Eu achando que tava indo num pub, escuro... Mas tô numa padaria!
-Pita, isso é uma padaria...
-Naaaaaah Ros, vcs reclam...
-Padaria Capeta!... Porra Capêta, você me trouxe num Graal!

...

Nessa noite de sexta fui com Docinho o Pita e o Repolho no Tortula, que segundo o Pita era uma padaria-restaurante durante o dia e de noite viraria um bar, com uma seleção de cervejas gigantescas. Fica na Av. Santo Amaro, entre a Av. Roque Petroni e a Av. Águas Espraiadas (Fói Malóf qué fééééz!).

Na verdade é uma padaria estilão Graal, com um jeito um pouco mais descolado e umas mesinhas bem arrumadas, algumas numa sacadinha simpática.
A seleção de cervejas é boa, mas em relação às importadas tem uma variedade um pouco menor do que o Asterix (butecão na esquina da Paulista X Joaquim Eugenio), com preços mais ou menos iguais. A seleção de nacionais “artesanais” é bem respeitável, assim como os preços (algumas mais caras que as importadas).

Comecei pedindo uma Norteña junto com o Docinho (cerveja uruguaia, garrafa de 960ml).
Caiu uma sujeira no copo do Docinho e o garçon, um baianinho com dentes medonhos e cara de motoboy (não, não estou sendo preconceituoso, essa é a descrição perfeita por cara) perguntou pro Doce se ele queria que tirasse a sujeira do copo, qualquer coisa do tipo. O Doce disse que sim, e o garçon voltou com o copo vazio. Sem sujeira. E sem cerveja! Ele simplesmente jogou a cerveja fora! Bom, é isso que dá ir beber numa padaria...
A Norteña era boa (a nossa ficou com ~700ml), mas nada espetacular. Ainda assim melhor que qualquer nacional genérica.

Em seguida pedi uma Devassa Ruiva, cerveja “artesanal” oriunda do RJ. Antes que alguém faça um comentário maldoso, eu pedi essa cerveja apenas por gostar do tipo dela (era uma amber), e não exatamente pelo nome. Fosse pelo nome talvez eu devesse ter procurado uma Devassa Loira(!!!!!). Mesmo uma Devassa de Cabelos Castanhos na Altura do Pescoço (!!!), ainda empataria com a Devassa Ruiva, mas não creio que exista uma cerveja com esse nome (Cerveja? Quem falou em cerveja?).
O Doce acabou seguindo o meu pedido...

...

Lá pela uma da matina o Repolho foi embora, e nós três restantes acabamos nos dirigindo ao Asterix, gastar mais dinheiro com cerveja importada. Quer dizer, eu não gastei, só pedi uma nacional e ainda esperei ela esquentar um pouco para poder beber, porque minha garganta começou a ficar podre...

...Cheguei em casa perto das 4, e já com febre.

Sábado.

Dia seguinte, acordo pra ir ao ensaio. Ao menos essa era a intenção. Pego o telefone e ligo pro meu irmão (voz rouca, trêmula e fanhosa):
-Ma? To ligandu bra avisar que eu não bô hodje... To com a garganda bodre e com vebre.Ele (voz de mau-humorado, como se não acreditasse):
-Tá, então tá então.

Como se eu tivesse me forçado a ficar gripado para ter uma desculpa para não ir ao ensaio... Ou tivesse inventado a gripe como desculpa.

...

O sábado inteiro foi podre. À noite eu dei uma melhoradinha (ao menos da febre), e encontrei uns amigos num buteco aqui perto, na Av. Aclimação.
Antes de sair meu irmão havia ligado, avisando que tinha descolado uns ingressos pra ver a Stock Car em Interlagos. Fiquei de ligar domingo de manhã avisando se eu iria ou não.


Domingo.

8h da manhã. Noite inteira sem dormir, nariz tampado e escorrendo, garganta fechada e febre indo e voltando. Pego o telefone e ligo pro meu irmão (voz idêntica a do dia anterior, talvez ainda mais podre):
-Ma, boa corrida. Dão bai dar breu ir.
Ele (voz mal humorada, como se não acreditasse):
-Mas eu sabia! Eu tinha certeza que você não ia! Bom, tá bom, até.

Incrível! Eu perco um evento que eu gosto e estou querendo ir faz muito tempo e ainda sou tratado como se estivesse dando desculpas para preguiça.
Eu assisti duas Stock. A última foi ainda na época dos Ômegas, eu entrei de bicão numa corrida que meu irmão bandeirou, e isso deve fazer uns 10 anos.
A primeira foi ainda na época dos Opalões, e do traçado original de Interlagos (8km), ou seja, foi antes de 1989.


.....


Porque raios as pessoas duvidam de quando eu dou um motivo pra não comparecer a alguma coisa afinal?
Será que existe algo em mim que faz parecer que eu preciso inventar razões para ser anti-social?
Será que parece que eu tenho algum motivo secreto pra não comparecer e preciso ficar inventando desculpas?

Se eu digo que não vou porque estou sem dinheiro é porque estou sem dinheiro, se eu digo que não vou porque estou gripado é porque estou gripado, e assim por diante, e não porque tem alguém ou alguma situação que eu esteja evitando. Ou alguém que eu não gosto, etc.
Me perturba quando duvidam dos meus motivos. Se por acaso meu motivo para não aparecer em algo não é socialmente “revelável”, então eu não digo nada.
Eu não fico inventando desculpas.

quinta-feira, abril 06, 2006

Nomes

Esqueci de comentar...

Eu estava na mesa da família do Cenora quando o locutor da formatura começou a anunciar os formandos no baile... E eis que chamam um João Vicente. A tia do Cenora não se controlou e falou:
-João Vicente? Ai meu Deus, tadinho...

Eu sei, eu sei, eu não sou um João Vicente... Mas que é parecido é...

Time de pernas-de-pau...

Nada acontece de forma tão ruim assim...
...que não possa ter sido muito pior.

Ontem nem a tradicional fuga da realidade assistindo futebol funcionou, porque aquela porcaria de time jogou muito mal e perdeu.
E, antes que alguém faça aquela pergunta, eu sei exatamente como poderia ter sido pior, porque eu quase gastei R$50ão pra ver aquela porcaria de jogo no Morumbi Premium, a parte mais cara do estádio...

quarta-feira, abril 05, 2006

Deve ser de família, não é possível...

Há alguns anos atrás (durante o colegial) eu ralei meu joelho (feio, bem feio, foi quase até o osso)depois de uma dividida, jogando futebol com meus colegas de classe em um Time da Janela X Time da Porta (eu jogava no Time da Janela, e tinha jogo quase toda semana)...
Como resultado dessa ralada passou a existir, enquanto meu joelho não cicatrizava, um spray anti-séptico no armário do banheiro, acho que um merthiolate (como se escreve essa birosca?), e ardia pra burro...
Mas esse não era o único spray, porque na mesma época eu estava com uma frieira, então havia também um sapray anti-micótico no ármário, que também ardia pra burro...
Na mesma época meu pai pegou uma gripe que atacou a garganta, e usava um spray para garganta antes de dormir...
Uma manhã minha mãe vira pra mim e diz: "Você não vai acreditar. Teu pai ontem antes de dormir passou o teu spray de joelho na garganta."
No dia seguite ela virou pra mim e disse: "Teu pai fez de novo. Só que dessa vez ele passou o teu spray de frieira..."

...

Anteontem meu irmão entrou em casa reclamando que a minha cunhada havia deixado a hipoglos do meu sobrinho no lugar da pasta de dente...

Sobre o Fim de Semana Passado / O Efeito Borboleta

Quinta-feira, Vegas Club.

Supostamente uma balada para reencontro da Turma 53 da FAU. A Colação dos atuais formandos seria às 19h, e após isso se seguiria o Vegas.
Acabei não indo na colação, sendo um dos motivos o rodízio do meu carro, achando que seria melhor fazer o social na balada. Achei errado. Após a colação o grupinho que ia para a balada acabou indo comer em uma pizzaria, e isso já teria sido mais interessante como reencontro, e mais barato.
A Balada:
Eu definitivamente não sirvo para baladas. O lugar até era legal, banda simpática, pessoas bonitas (algumas muito estranhas), mas eu não me entendo nesses ambientes. Como exemplo, duas situações:
Um flerte (ao menos da minha parte) não levado adiante com uma loira-de-nariz-empinado-e-blusa-de-alcinha-revelando-a-tatuagem-no-ombro;
E um leve diálogo com uma menina da FAU, que apenas dou “oi” normalmente, na escada que levava de um ambiente ao outro do Vegas. Ela subindo e eu descendo.
Ela (provavelmente querendo falar algo para mim apenas por falar):
-Ta muito quente lá embaixo!
Eu (bem Homer Simpson, pensando “não dê uma resposta idiota, não dê uma resposta idota...”):
-Ah é é?
Terminei de descer a escada com as mãos na cabeça, pensado apenas “sua besta!”.

Definitivamente eu não sirvo pra esses lugares. E provavelmente nunca vou servir, porque não consigo me enquadrar no código social que rege esse tipo de balada.


Sexta-Feira, Festa do Docinho, O Efeito Borboleta.

A festa foi bem divertida, apesar de ser meio estranho olhar para uma das suas professoras de projeto caindo de bêbada. Outro ponto curioso foi o mal-humor do cidadão que preparava os crepes, a ponto de arremessá-los contra a parede quando davam errados (eu não vi, mas confio plenamente na fonte, que nesse momento ainda não parecia muito alcoolizada – levarei umas baquetadas por isso, hehe).

Mas o curioso (e ruim, muito ruim) da festa foi o “Efeito Borboleta*”.

Eu bebi bastante, mas aparentemente não além do que eu costumo beber normalmente. Mas eu cometi uma imprudência: Comecei com um copo de whisky, mudei para vinho enquanto comia (umas 4 taças), e depois retornei para o whisky, mais 2 ou 3 copos, não lembro. E dentro desses últimos 2 ou 3 copos estava o whisky aguado da Paula (gelo derretido), que eu matei de uma vez.

E eu não sei se foram os kilos que eu perdi que me deixaram mais vulnerável ao álcool, se foi a mistura de bebidas ou se foi a virada de copo (ou tudo junto), mas esse acabou sendo meu pior porre em termos de memória. Até do Ocktoberfest de Ibúna de 1997** eu tenho lembranças mais claras do que do ocorrido nessa madrugada de sexta.

Do instante em que eu mudei um lugar na mesa*** até o instante que eu percebi que o Repolho estava me dando carona pra casa eu não lembro de nada. Realmente nada. Ou melhor, eu tenho três flash borrados, um dos quais eu já não sei se aconteceu mesmo ou se eu imaginei (por curiosidade o mais claro deles).
Esperava não ter dito ou feito ou nenhuma bobagem****, mas já percebi que não foi o caso. Como todo bêbado que se preze eu fiz e falei besteira...

* Efeito Borboleta (Pode ler que eu não estou estragando o filme de ninguém. A propósito, o filme é bom, merece ser assistido. Aliás deve, para poder entender direito o que eu quero dizer.):
Filme em que a personagem principal (o Ashton Kucher, o Kelso do That 70’s Show) tem fortes lapsos de memória. A história caminha normalmente, e quando está para acontecer algo importante pula para a cena seguinte, quando o fato importante já aconteceu.
O que me assusta nessa comparação é o fato de que esses lapsos normalmente ocorrem em pontos chaves da vida da personagem, que acabam por definir a vida que ela vai levar daí em diante. E aí reside meu medo. Realmente espero não ter cagado nada importante, e que a coincidência com o filme acabe no lapso de memória...

** Aquele foi meu primeiro porre, e até agora o pior tinha sido o pior, à frente do dia da Estalagem de Moema (uma briga e 2 gfas de - Eca! – Almadén), e da Festa da Landraça (um aniversário, uma briga, muito álcool, seguido de uma festa, e muito mais álcool) Bebi umas 25 canecas, mas o número é um chute, eu parei de contar na 16ª e continuei bebendo muito depois.
Agora ganhou outro concorrente...

*** Eram 2 mesas redondas, daquelas de plástico, juntas. Eu estava sentado entre a Paula e o Repolho, na parte de acesso mais remoto da mesa. Fui ao banheiro e na volta sentei entre a Xymena, amiga do Docinho, e alguém que eu não lembro, no lado oposto da mesa, o de acesso mais fácil.

**** Domingo falei com Vivi e o Repolho, e eles meio que me recriaram a memória, dentro do possível...


Sábado, Formatura da FEI (Caio e Cenora).

Acho que a minha teoria sobre formaturas já é conhecida por todos, mas em todo caso eu vou repetir: É a segunda coisa mais brega do mundo (perde só para festas de 15 anos);
Só é divertida para o formando;
Mas é quase impossível de se recusar o convite oferecido, a não ser que vc esteja fora do país no dia.

Foi a minha 3ª formatura da FEI em 3 semestres (4ª no total), e as três foram bem parecidas (a do semestre passado foi um pouco diferente, e um pouco melhor... mas eu estava de melhor humor...).

E além das minhas críticas habituais às festas de formatura, nessa teve o agravante de que eu ainda estava de ressaca da sexta-feira, e poder de cansaço. Passei o tempo todo sentado e bebendo coca-cola, enquanto a maioria dos meus amigos pulava...