sexta-feira, dezembro 29, 2006

Vinhos do Natal (Parte 1/3: Comida e vinhos da ceia)



Sobre a Comida:

Para a ceia eu comprei cinco rosés, quatro Pisano Cisplatino Cabernet Franc 2005, e um Alamos Malbec Maceración Atenuada 2005 (caso o Pisano decepcionasse).
A escolha dos rosés se deveu a comida habitual de Natal aqui de casa. Como pratos principais tender, peito de peru e um risoto com presunto e passas preparado com espumante. E nesse ano ainda fomos surpreendidos por um capeletti de frango que minha tia preparou.
Ou seja, um pandemônio para combinar vinho.
O tender, se estiver com o gosto mais fraco casa bem com um branco encorpado (como foi o caso ano passado, com o Alamos Viognier). Se estiver forte, como nesse ano, vai pedir obrigatoriamente um tinto, e não necessariamente um leve.
O Peru em geral casa com o rose e aceita bem tintos leves (bem leves... com Rhônes por exemplo é um desastre) e brancos.
O arroz é um mistério. A casa ano usamos um espumante diferente e a cada ano o resultado do arroz é diferente. Esse ano foi um Prosseco Extra Dry do Sachetto (R$10 na Mistral na ponta de estoque do início do ano). Que ainda estava bom, apesar de não ser algo que eu compraria para beber a preço normal, não faz meu estilo. Mas o arroz ficou meio estranho. Ano passado foi usado um espumente francês horrendo, um Baron d’Agrignac (Agrinac? Agrião?) demi-sec. O arroz ficou ótimo. E casou com o vinho. O que significa que talvez nem sempre o que é melhor para beber seja melhor para cozinhar, ou vice-versa. E no ano dos Rhones o arroz era a única coisa que o vinho tolerava. Vai saber...


Agora os vinhos:

Pisano Cisplatino Cabernet Franc Rose 2005 – Rio de la Plata, Uruguay
Mistral, 18dez1006, R$23,70



Como já deve ter dado para notar a combinação com a comida esteve meio longe do ideal. O vinho me pareceu redondinho, e em algum momento atingiu uma temperatura ideal (que obviamente não foi atingida depois) que o deixou realmente interessante. Mas no geral um vinho razoável, sem nenhum aroma mais (no “momento de temperatura ideal” notei algo de damasco, mas não fiquei prestando a atenção) forte. Redondinho, mas nada espetacular.


Alamos Malbec Maceracion Atenuada 2005 – Mendoza, Argentina.
Mistral, 18dez2006, R$29,80


Vinícola diferente, uva diferente, local diferente. E ainda assim, caso eu não tivesse um rótulo diferente na minha frente eu seria capaz de jurar que era apenas um Cisplatino de outra safra, tamanha a semelhança entre os dois. Era um pouco melhor e um pouco mais encorpado que o Cisplatino, com aromas um pouco mais nítidos, mas bem semelhantes.
Não sei se a diferença de preço condiz com a de qualidade, mas aparentemente e diferença de rolhas ajuda um pouco no preço. Eu ainda não entendo porque a Catena usa a mesma rolha gigantesca dos vinhos caros nos vinhos de consumo rápido.
E claro que a semelhança pode ter sido exacerbada pela comida (que ignorou ambos), mas o estilo de ambos é o mesmo.
Segundo o site da Catena, esse vinho seria supostamente apenas para o mercado argentino. Como boa parte dos Catena que a Mistral tem trazido.