segunda-feira, novembro 13, 2006

Fotografando São Paulo III - Centro, 11nov2006 (parte I)

Sábado, 11 de novembro de 2006.

Sol, poucas nuvens, temperatura abaixo do 20ºC. Enfim, belo dia.
Eu, porém, estava de mau-humor. E angustiado. Eu havia acordado com o pé esquerdo (ou melhor, havia ido dormir com o pé esquerdo na noite anterior).
À tarde eu tinha duas opções: Ficar ouvindo Pink Floyd em casa (com ênfase em “A Great Day For Freedom” - aquela que começa com “On the day The Wall came down...” - e “Wearing The Inside Out”, ambas do Division Bell, que não é exatamente Pink Floyd...), ou fazer duas coisas que invariavelmente me acalmam: Andar pela cidade e tirar fotos.
Segunda opção, fácil. (e se estivesse de bom humor provavelmente teria saído para fotografar do mesmo jeito...)

A luz parecia boa também, porém não tão boa quanto no dia em que batia as outras fotos (naquele dia foi a luz que me fez sair de casa). Pois é. Parecia. Talvez até estivesse. Mas não para o tipo de fotos que eu queria tirar.
Na verdade o fato da luz não estar tão boa tem um pouco a ver com as capacidades e limitações da câmera e meu entendimento com elas.
A câmera tem uma certa emulação de filme, com os controles de white balance e ISO. Mas não é uma emulação perfeita. No caso do white balance é meio linear, e muito mais ligada às cores que sairão na foto do que às cores que serão captadas (é, eu sei, essa parte foi meio complicada de entender, mas não vou explicar agora). No caso do ISO, a relação de aumento de ruído (noise) se assemelha bastante ao aumento de granulação conforme ocorre o aumento do ISO, mas a relação do aumento do contraste com o aumento de ISO eu ainda não consegui verificar.
E aí é que complicou. A luz estava boa, mas para fotografar detalhes, pessoas, etc. Para fotografias “gerais” o excesso de contraste atrapalhou. Em quase todas as fotos as sombras estão quase negras e as partes iluminadas completamente estouradas, a não ser quando estão sub-expostas ou super-expostas na tentativa de pegar algum detalhe. Além de que eu fiz o ajuste de ISO para 200, que me permitiria usar o zoom sem tremer. Para as fotos sem zoom eu poderia ter ajustado o ISO para 80, reduzindo o contraste, mas ficar ajustando e reajustando a câmera em meio ao Centro é idiotice.
Não dá para ficar com a câmera fora do bolso por mais tempo do que o mero suficiente para tirar a foto.

Enfim, chega de falatório. Divirtam-se (ou não) com as fotos mal-expostas e super contrastadas:

Butecão na esquina da Vergueiro, pouco depois da São Joaquim, no sentido centro.


A Igreja da Boa Morte (essa sim!). No final da Rua dos Aflitos (Beco seria mais apropriado). Será que os aflitos acabam todos numa boa morte? (afff... eu me supero...)


Catedral. Como vocês podem notar eu não sou muito original com meus itinerários...


Saraiva da Praça João Mendes. Superexposta.


Palácio da Justiça.


Igreja do Carmo. Ou melhor, "Igreja da Ordem Terceira do Carmo".
Cercada por uma poluição visual digna de prêmio.

7 Comments:

Blogger pita said...

as fotos da catedeal da sé, da saraiva, dos superamigos (o palácio da justiça) e a do Carmo realmente ficaram superexpostas, não há como negar. mas as duas primeiras ficaram boas, eu gostei (eu gosto de forte contraste, mas é difícil consegui-los num efeito bom, e realmente perdem-se detalhes)
o que eu não entedo é essa simulação de granulação. pra quê? deveria ter como eliminar essa simulação.

10:04 PM  
Blogger Paulo Urbonas said...

Eu não acho que seja simplesmente simulação não.

Acho que a cãmera faz um ajuste de sensibilidade à luz no chip, e o resultado é o mesmo que no filme. Duvido muito que ela tire a foto limpinha e através de um filtro adicione noise.

E o Ros ainda não respondeu se a câmera dele salva em RAW. Se vc não sabe o que é RAW ou pra que serve, olha aqui:

http://photo.net/learn/raw/

12:33 PM  
Blogger Ros said...

Pita,

Não é simulação de granulação. É noise (e eu me refiro ao noise no post).
o noise é o análogo da granulação dos filmes. E, quanto menor o sensor da câmera maior a quantidade de noise.
E hj 95% das digitais não reflex, e 100% das digitais que custam menos de U$500 usam um sensor muito pequeno, menor do que das digitais de 2megapixels de 3 anos atrás, por exemplo. (1/2,5” contra 1/1,8”. Ou seja, metade da área.)
Imagine a seguinte comparação: Um filme de 100, o mesmo filme, nas versões 35mm e 120. Ambos tem a mesma granulação de filme, mas devido ao tamanho de projeção a foto tirada com a 35mm vai parecer mais granulada do que a tirada com a 120.
É isso que acontece com o noise e os sensores pequenos. (No site que o Paulo passou deve ter um artigo sobre noise)

A câmera pode ser cheia de frescura, ter uma puta lente, trocentos mil megapixels, mas se o sensor for pequeno a qualidade vai estar inevitavelmente limitada. Não existem milagres. A câmera tem que ser boa, a lente tem que ser boa, o sensor tem que ser bom. Qualquer coisa menos do que isso afeta a qualidade (e as reflex digitais também são normalmente vendidas em um kit com lentes “baratas” e de qualidade medonha, ou seja, a detonada é em outro lugar. Pra ter qualidade tem que conseguir pagar por uma lente de verdade).

5:25 PM  
Blogger Ros said...

Paulo,

Caramba, vc pareceu agora aquela propaganda irritante do PSDB:
"O Luiz 'Lula' Ros ainda não respondeu de onde vieram os $ 100.000,00 para comprar as fotos em RAW..."

E a resposta está lá no outro post.


Quanto ao link, eu gosto bastante desse site. Mas esse artigo não é muito claro quando fala em trabalhar aspectos de pós-exposição nas fotos em raw. Isso porque ele não menciona a captação.
Não diz se entre as informações guardadas no arquivo raw existem também informações referentes à intensidade de luz captada.
Diz que se usa raw quando “you expect to have to do some post exposure processing (...) or if you want to maintain the maximum possible allowable post exposure processing”. Dando a entender que o controle de pós exposição é limitado. E pensando bem, deve realmente ser, uma vez que o ISO controla o tempo de exposição.
Ex: Um detalhe levemente escuro em uma parede que já sairia levemente estourada numa foto irá também estourar caso a exposição seja um pouco excessiva. No do caso do filme o detalhe deixa de estar lá, a luz máxima que poderia ter sido captada foi. No caso da digital isso talvez ocorra mais do outro lado, quando um determinado detalhe ainda não teve luz suficiente captada para ser captado. Resumindo: Por uma questão do tempo de captação da imagem determinados detalhes podem não estar lá pra serem trabalhados depois em photoshop.

Espero que eu tenha sido claro.

5:26 PM  
Blogger Paulo Urbonas said...

Então, pode não ter ficado bem explicado, mas é exatamente isso que ele permite. O tempo de exposição não tem mais jeito, mas todas as informações que o sensor pegou ficam gravadas no arquivo. No modo normal, em jpeg, ele passa uma espécie de filtro auto-levels pra deixar a imagem num meio termo entre o ponto mais claro e o mais escuro escuro, e tudo que foi filtrado (pq estava fora do espectro visível) é jogado fora. Com o raw, você determina qual é o white e black point, sem danificar a imagem com pixels esquisitos.

Bom, eu falo isso pq vi a experiência prática com os arquivos RAW da câmera Nikon do meu primo. Ele ajustava o white point pelo photoshop no RAW e num arquivo jpg normal, e o jpg estourava um monte de pixels.

A minha máquina tchosquinha só deixa escolher resolução e níveis de compressão do jpg, não permite nem RAW nem TIFF.

Acho que não fui muito claro...

9:22 PM  
Blogger Ros said...

É, digamos que a clareza não foi o ponto forte dos comentários desse post. Mas acho que entendi.
De qualquer forma, vai demorar um tempinho ainda para eu começar a trabalhar com fotos em raw.

10:28 PM  
Anonymous Anônimo said...

depois das fotos, ficou bem-humorado???? eis a pergunta!!!!

1:25 AM  

Postar um comentário

<< Home