sexta-feira, janeiro 27, 2006

25 de Janeiro (Hoje e Ontem VII)

25 de janeiro de 2006

São Paulo, 452 anos.
Me lembro de uma reportagem da globo alguns anos atrás, em que pediram para publicitários prepararem uma campanha para o aniversário da cidade. E uma das campanhas era “25 de Janeiro. Hoje deveria ser feriado nacional”. Isso me marcou na época, achei ótima. Hoje eu já tenho dúvidas se esse dia deveria ser celebrado. Comemorado sim, no sentido de “trazer de volta à memória”, mas jamais celebrado.
É o aniversário não da fundação da cidade como propaga a mídia, mas sim da chegada dos Jesuítas. Do conquista da cidade por eles. Do assassinato da cultura dos habitantes originais da cidade, e daqueles que se recusaram a ter sua cultura alterada.

Ainda que não existam relatos, me parece claro que São Paulo já existia como um agrupamento urbano antes da chegada do braço militar da Igreja. A posição do sítio e o traçado das ruas são 2 bons indícios disso, mas existem outros, como a própria chegada européia aqui por via dos Jesuítas.
Mas essa história hoje está destruída, assim como a história da cultura dos que aqui habitavam. Como construíam, qual a organização social, como se vestiam, especialmente no inverno. É um dia a ser comemorado. Mas o que se comemorou hoje foi uma mentira.


25 de janeiro de 2003


Boulogne-Sur-Mer.
Depois de tentar (e não conseguir) alugar uma carro, resolvi pegar o trem para Amiens apenas no fim da manhã, aproveitando então para conhecer a cidade. Apesar de não ter nenhum ponto turístico, nem ser uma cidade turística, ela até que valeu a visita. O centro histórico está muito bem conservado, especialmente muros e intra-muros.

Castelo de Boulogne-Sur-Mer, que compunha parte dos muros da cidade


Rua no intra-muros em Boulogne.

Amiens.
O dia já havia começado cinzento pela manhã, mas enquanto espera o trem na plataforma se tornou frio, escuro e ainda mais cinzento. Cheguei em Amiens no início da tarde e a luz era similar à de um anoitecer nublado. Comprei filmes de 800 e segui para visitar a catedral, que assim como a de Köln também é citada em alguns livros como a maior das catedrais góticas, além de ser umas das mais importantes da França em estilo. Mas em uma comparação com as catedrais inglesas é uma massacre, especialmente em relação à Canterbury.
As fotos ficaram meio lastimáveis, mas foi o que eu pude fazer com a luz que eu (não) tinha.
E se Boulogne não era turística mas tinha um centro histórico bem conservado, Amiens é o contrário. Tem uma grande atração turística (duas, se considerar ser a cidade natal do Julio Verne), a catedral, e mais nada. A cidade, assim como Reims, foi torrada na 1ª Guerra Mundial, com a única diferença de que a catedral parece ter tido mais sorte...


A nave da catedral de Amiens


Um pastel de escala humana




8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

pô... achei q vc fosse por fotos de sp a 452 anos atrás (sabe lá que técnica vc usava nessa época....). ao invés dessas fotos ao molho bolonhesa. nada contra, claro.

e eu vi um show ai na sua área, no museu do ipiranga: paulinha da viola, naná vasconcellos e cordel do fogo encantado. talvez vc até gostasse, tava craudiado e choveu.

6:50 PM  
Anonymous Anônimo said...

incrível como as fotos horizontais saem perdendo pras verticais qdo estão num blog. A coisa de guiar pela largura da foto faz isso. (sei que dá pra clicar pra ampliar elas, mas dá preguiça)

As melhores fotos dessa série de coisas velhas, do velho continente, tiradas numa viagem velha são a primeira de hoje-bolonhesa, aquela do parlamento lá em baixo e aquela de perto do castelo de dover.

a da janela do quarto q vc tirou de noite poderia ser boa, mas deu um contraste esquisito em cima e em baixo. mas luzinhas com bastante exposição ficam sempre legais.

7:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

eu toda vez que vou comentar me perco nesses posts ontem e hoje tentando achar o link.

eu ainda edito tudo pra por no blog. perco mais tempo com isso do que escrevendo.

dia 25 estava em salvador. acho que dificilmente volto pra lá tão cedo.

4:26 PM  
Blogger Ros said...

Gil, pelo visto vc gostou mais das fotos de castelos... é engraçado, cada um gosta de um determinado tema. Eu preferi as da catedral de Canterbury...
Agora, quanto à do parlamento ela é meio unânime... meu irmão, depois minha prima, agora vc, todos elogiaram bastante.

E pela sua descrição do show eu teria adorado mesmo...

10:07 PM  
Blogger pita said...

mas a iluminação da igreja realmente ficou bonita...
eu gostei das minhas fotos tiradas em carcassonne. foi com uma máquina velha e não muito boa, mas deu conta do recado... hehehe
e eu prefiro a revelação da kodak, que puxa pro amarelo.
dar uma editada nas fotos em photoshop é algo legal a se fazer, mas eu acho que devem ser postas fotografias nuas e cruas, já que essa questão da iluminação, cores e tal são (ou deveriam ser) pensadas no momento em que se tira a foto...

9:27 AM  
Blogger Ros said...

Pita,
As máquinas velhas geralmente dão conta do recado. Essas minhas fotos foram tiradas com a velha Canon A-1, de 78, que deixa entrar luz e estava com um remendo na alavanca de virar o filme (o remendo atende por um tufo de lã, para dar atrito no parafuso espanado). E que mesmo assim às vezes acho melhor do que a minha atual (em certas coisas era mesmo...)

Sobre o Photoshop eu me referia apenas à correção de perspectiva, já que eu não tenho um jogo de lentes de arquiteto (tilt-and-shift), com correção de perspectiva, de U$1200 cada, pra fazer na hora. Cor e luz eu acho que não devem ser alteradas.

E a cor, mais do que a ver com as revelações, tem a ver com as lentes e filmes que estão sendo usadas.
Ex: Os fuji puxam para o azul, os Agfa pra o vermelho.
Lentes zoom mais baratas enxergam pouco vermelho, 50mm fixas enxergam bastante bastatante, e por aí vai...

2:33 PM  
Anonymous Anônimo said...

hmmm. terei isso em conta ao comprar meus filmes... agora eu não edito cor no photoshop, apenas tamanho pra colocar na internet... e nada mais... eu não sou um expert em luz e cor. tenho é dado muita sorte por aí.

12:08 AM  
Blogger Ros said...

>

3:57 PM  

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