quarta-feira, dezembro 28, 2005

Natal - parte II - O Papai Noel da Globo

Numa daquelas reportagens idiotas do dia 24 comentaram sobre algum desses sujeitos que se fantasiam de Papai Noel, e em algum momento, disseram que uma das dificuldades encontradas era "lidar com algumas crianças que demonstram indiferença na tentativa de parecerem adultas", ou coisa do tipo.
Não sei dizer se foi dito com o intuito de se dizer uma grande abobrinha, ou se foi apenas uma diarréia mental do repórter que foi mandado fazer uma matéria-tampão tosca para o Natal, daquelas que é feita todos os anos.
A verdade é que eu não sei que tipo de julgamento eles aplicam sobre a visão da criança, ou se aplicam algum . Além de que exigir uma resposta entusiasmada da criança seria um desrespeito à individualidade e a liberdade dela, existe a forma como o Papai Noel é visto. E aí eu me baseio pela minha própria experiência. Quando pequeno (menos de 8 anos ou por aí, enquanto ainda acreditava na existência) eu odiava esses Papais Noéis de shoppings, de lojas, etc. Não por querer me mostrar com não sendo criança, mas por entender aquilo como algo falso.
O Papai Noel era uma figura que eu sabia que deveria existir, mas que não deveria ver. Um ser arisco, sorrateiro, rápido. Que colocava os presentes de uma forma que ninguém percebesse. Uma espécie de Unicórnio, algo que deveria ser inalcançável, inatingível, cuja realidade da existência dependia dessa intangibilidade. Ao aparecer amigável, chamando a atenção, negaria sua própria realidade. Era portanto um ser falso, tentando chamar minha atenção ao se passar por outra pessoa. Imagino que, mesmo que exista o componente de negação da infância, inconscientemente tenha sido isso que ocorreu.
...

Gostaria de dizer que o Papai Noel foi o único Unicórnio, mas me deparei com diversos outros, que perdiam o sentido, deixavam de ser para mim o que eram ao se tornarem tangíveis. Felizmente faz tempo que não me deparo com um, e fiquei bom em identifica-los rápido, sem perder muito tempo à sua caça.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

cuidado com esses córnos, hein...

mas gostei. apropriado.

mas a matéria era tampão, mesmo.

de tanto que eu já dissequei o assunto mentalmente, cansei...

deixa o repórter cagar à vontade!

10:46 AM  
Blogger Ros said...

>

3:45 PM  

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