terça-feira, maio 22, 2007

Sobre a última semana (Parte 1/2 - 15 de Maio de 2007 - Polícia para Quem?

Terça-Feira, 15 de Maio de 2007 – Polícia para quem? Precisa de polícia?

Com preguiça de dirigir, fui ao clube a pé, como normalmente faço nas quintas-feiras (rodízio). Para a volta acabei optando pelo caminho mais longo*, por preguiça de enfrentar subidas.
...

Passando em frente à estação Ana Rosa noto dois moleques encostados em um muro próximo à entrada da estação, em atitude suspeita. Cerca de 18 anos, imberbes, pele escura, cabelo bem curto. Um com uma camiseta vermelha e outro com uma camisa amarela com uns detalhes tribais em preto, sendo que este mantinha constantemente as mãos sob a camisa. Sigo andando.

Mais à frente paro para amarrar o tênis. E vejo os dois passando à minha frente e se recostando novamente em uma parede.
Ok, estou sendo seguido.
Volto a andar e passo encarando os dois. Depois de um tempo reparo que eles voltaram à andar atrás de mim. Resolvo virar na 1ª rua, (Machado de Assis, um cruzamento movimentado) para confirmar se estavam ou não sendo seguido. Eles viram atrás.
A esse ponto a minha atitude normal seria fechar punho, erguer o braço e voltar na direção deles, encarando, como faço normalmente todas as vezes que suspeito que estou sendo seguido**. Dessa vez contudo parece que isso não funcionaria***. A única solução possível seria dar um drible.
Mudo de caminho de novo e atravesso a Machado de Assis entre os carros parados no semáforo. Noto que eles vêem atrás. Então, antes de chegar ao outro lado da Machado de Assis viro na direção deles e passo entre os dois, em meio aos carros, novamente encarando. Dessa vez eles continuam em frente. Eu paro e fico olhando. Eles seguem sem olhar para trás.
Me livrei.
...

Resolvo então procurar um policial e alertar.
E aí vem a parte divertida da história.
Encontro um na escadaria de entrada central da Ana Rosa. Descrevo os dois moleques, a perseguição, as atitudes, tudo.
O policial ouve, pergunta onde eu moro, e após minha resposta diz “Obrigado por ter avisado filho.”
Na hora que ele disse isso eu vi legendas. Que diziam:
“Então tá então. Vai perturbar outro.”
...
Eu gostaria que essa fosse a terra da "Tolerância Zero", e não da "Fome Zero". Mesmo que só na bravata.
...

* Existem duas opções de caminho para voltar do clube para casa á pé:
A 1ª com 5km, com uma descida de ~80m, uma subida de ~70m e uma descida de 90m, todas íngremes. Demora entre 45 e 50min normalmente.
A 2ª com cerca de 7km, mas sem subidas, apenas uma descida constante a partir da metade do cominho.

** Todas as vezes que suspeito que estou sendo seguido ou observado por alguém com intenções de assaltar viro na direção dessa pessoa, encarando, com o punho fechado.
Foram umas 6 ou 7 vezes, e nunca falhou.
Mas apenas uma vez era mais de um (2, em um posto de gasolina, em 2004). Que até conseguiram me abordar de surpresa em um posto de gasolina, mas se assustaram com o braço erguido e atitude agressiva.
E apenas uma vez o “suspeito” era moleque. E isso foi fora do país (no metrô de Chicago, em 2002).
Mas é bom deixar claro também que essa atitude de encarar o meliante com o punho fechado não passa de um “semi-blefe”.

***Dessa vez me pareceu que agressividade e “bravura” só iriam me meter em encrenca mais rápido.
Primeiro porque os moleques não pareciam “profissionais”. Usavam roupas chamativas e não desistiram (ou não perceberam) quando perderam o elemento surpresa. Demonstraram inconseqüência.
Depois, e principalmente, porque o de amarelo parecia estar armado. A atitude dele era claramente de preocupação com o que estava carregando, como um turista em um bairro perigoso tentando esconder a câmera que carrega.

3 Comments:

Blogger pita said...

me lembrou de quando fui pra buenos aires a primeira vez. passeando em frente ao estádio do Boca, com a máquina fotográfica pendurada no pescoço, um policial do outro lado da rua chama atenção da gente e indica a câmera. era um chamado para guardar os pertences.
aí eu pergunto: ele não é pago para proteger? estava querendo que nós o poupássemos do dever? ele quer evitar a fadiga? OH MEU DEUS EU ME PERGUNTO!

11:17 PM  
Blogger Marcão said...

Nada como se sentir seguro nas ruas da sua cidade...
HAUHAUHAUHAUHAUAHUAHUAHUAHUAHAUHA

11:16 AM  
Blogger Ros said...

Pita,

Eu acho que até é bom o policial avisar o turista incauto de que ele corre riscos.
Mas PQP!
Parece que policial sul-americano não entende direito a parte do "proteger e garantir a segurança"...

3:39 PM  

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